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Alfredo Marceneiro "O Patriarca do Fado"

ARMINDA XAVIER - Poetisa Popular

Vítor Marceneiro, 18.04.13

Novo livro de poesias de Arminda Xavier, foi apresentado recentemente na autarquia de Silves, "Um pouco de mim"

Arminda Xavier deu-nos a honra de se associar na "Associação Cultural de Fado "O Patriarca do Fado"


Prefácio

Desde sempre que a sua poesia em forma de suspiros da alma, ora a preto e branco ora em ais coloridos como um arco-íris de sentimentos que reflectem os gemidos do seu coração ou da sua alma – podendo dizer-se que a sua poesia é feita duma simbiose de alegrias e tristezas que emergem de zonas incognoscíveis do seu eu mais profundo ou das vivências interiores e exteriores ou de algo mais, ainda por descobrir.

Este seu segundo livro não só vai ao encontro das interrogações da autora como vai fazer parte das reflexões da maioria dos leitores que se vão identificar com essa busca.

Prof. Herrero

 

Já com  o livro em elaboração, veio à Ericeira, que não conhecia, e fez este lindo poema sobre o que viu e sentiu.


 

 


 

Ericeira - Este Mar Lindo

 

Estou escutando o teu falar

Tua voz forte e persistente

Que me convida a entregar

E entrar nas tuas águas livremente.

 

Olho ao longe e vejo gaivotas

Num esvoaçar completo de alegria

Falando entre si, com risotas

Agradecendo ao mundo este dia.

 

Vejo a espuma branca destas águas

Vejo a branca areia, onde me exponho

Cedo senti estas tristes mágoas

Tarde senti o viver dum sonho.

 

Vejo o cinzento céu que termina

E a luz deste mundo a que pertenço

Sinto perante esta grandeza, sou pequenina

Sinto a grandeza deste Céu imenso.

 

 Sei que o mar e o Céu se misturam

 Sei que tudo isto é obra de Deus

 Acredito que todos os homens que torturam

 Terão o retorno dos actos seus

 

 Se eu fosse livre como a gaivota

 Que corta o vento rumo ao infinito

Soltando gritos de alegria à solta

Olho a Natureza, tudo é tão bonito!

 

Só o homem que por amor Deus criou

À sua semelhança, e de verdade

Falhou na sua entrega, e desviou

Do caminho do valor, e lealdade


Recordamos a sua biografia e o seu primeiro livro.

 

 

Nasceu a 30 de Maio de 1953 em Santa Clara-a-aVelha.

Oriunda de uma família muito humilde e  com cinco irmãos, cedo sentiu na alma  as agruras da vida, ao perder a sua mãe quando tinha apenas 5 anos.

Cresceu junto do pai e dos irmãos mais velhos, mas dificuldades financeiras da família fizeram que só frequentasse a escola até à 2ª classe, facto  que não a privou do seu gosto pelas letras e uma grande vontade de aprender.

Desde muito pequena que se sentia atraída pela música e pela acordeão, mas é  na harmónica de beiços, instrumento que toca muito bem, embora desconheça as notas musicais,  sendo muito admirada ao ponto de ser apelidada  carinhosamente pelos amigos com "a gaitinha".

É uma mulher muito interessada no convívio humano, de fino trato, não volta as costas a colaborar na sociedade em que está inserida. Faz parte da direcção do Clube de Futebol de Silves.

Ao longo da sua vida tem escrito centenas de versos, os seus poemas são descrições dos seus sentimentos, queixumes, desilusões que reflectem os momento mais marcantes da sua vida.

É casada e tem três filhos.

Em 2009  numa edição se autor lança o seu primeiro livro de poemas a que deu o título de "Sentimentos", a que se reter afectuosamente como "o meu menino".

Alguns dos seus poemas já estão a ser cantados em Fado.


Arminda Xavier teve a gentileza de me ofertar um exemplar do seu livro, que me deveras enterneceu, pois para mim os seu versos são a descrição da sua vida, das suas alegrias e amarguras como se uma auto-biografia se tratasse.

Pedidos a : Arminda xavier8300 [armindaxavier53@hotmail.com]

 

 AMIZADE

 

Amizade é uma semente

Que germina,ganha raiz

Quem não a tem, certamente

Dificilmente é feliz

 

A amizade é uma semente

Ganha raiz ao germinar

é algo que agente sente

Que faz o mundo girar

 

No convívio dos amigos

num agradável jantar

torna os humanos unidos

é mais fácil o caminhar

 

caminhando nesse sentido

abrindo os braços á amizade

é meio caminho percorrido

ser amigo é ser verdade

 

ter amigos é uma dádiva

Que o universo nos oferenda

São ouvintes,confidentes

Ter amigos é uma prenda


È uma prenda sem laços

não tem fita colorida

São presos pelos abraços

Que nos confortam a vida

 

Arminda Xavier


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