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Alfredo Marceneiro "O Patriarca do Fado"

DVD e CD de ALFREDO MARCENEIRO - 3 Gerações do Fado, CD Alfredo Marceneiro é só Fado

Vítor Marceneiro, 04.11.12

 

 

 

Créditos: Realização de Luis Gaspar: (1979)

               Produção e Coordenação: Vítor Duarte (1979)

               Registo magnético e misturas: Vítor Duarte (1979)

               Produção e remontagem: Vítor Duarte (2007)

               Video Clipe Extra; Realização: Vítor Duarte (2007)

               Textos de: Vítor Duarte (2007)

               Maquetização e Capa: Pedro Matias (Ovação 2007)

               Coordenação Geral: Fernando Matias (Ovação 2007)

 Primeiro DVD de Alfredo Marceneiro editado 25 anos após a sua morte

Lisboa, 15 Julho de 2007 (Lusa)

    O primeiro DVD de Alfredo Marceneiro, falecido há 25 anos, "Três gerações de fado", surge esta semana no mercado, e recupera um documentário televisivo de 1980, realizado por Luís Gaspar.
    Ao longo do DVD  que inclui como extra o videoclip "O lenço" (Henrique Rêgo/Alfredo Marceneiro), o fadista fala da sua história na primeira pessoa, recorda os primeiros tempos, nomeadamente como o apelido "Marceneiro" se lhe colou ao nome.
    Alfredo Rodrigo Duarte de baptismo acabaria por ser Alfredo Marceneiro em virtude da profissão, o nome artístico ficou consagrado numa tarde de fados na Esplanada do Rato, em Lisboa, que do cartaz faziam parte, entre outros, Alfredo Pinto e Alfredo Correeiro.
    O DVD inclui a participação do seu filho, Alfredo Duarte Júnior que ficou conhecido como "o fadista bailarino", falecido em 1999, e do seu neto Vítor Duarte Marceneiro, que aliás assina a produção televisiva.
    Alfredo Duarte Júnior interpreta "É loucura ser fadista" (Júlio de Sousa) e o neto interpreta com o avô "Amor é água que corre" (Augusto de Sousa/A. Marceneiro).
    "Esta era uma das coroas de glória do meu avô e deu-me um grande gosto e até emoção ter interpretado isso com ele", recordou à Lusa Vítor Duarte Marceneiro que editou em 1995 uma biografia de Alfredo Marceneiro.
    O DVD decorre em ambiente de tertúlia com Alfredo Marceneiro que foi apelidado pela imprensa como "o patriarca do fado", lembra que foi "o primeiro a cantar a meia-luz" e consciente que está a fazer um documentário para a posteridade corrige "gajos" por "fulanos".
    Entre "Há festa na Mouraria" (António Amargo/A. Marceneiro) e "Cabelo branco" (H. Rêgo/A. Marceneiro),"Ti'Alfredo" como era tratado carinhosamente pelos fadistas recorda as suas participações nas cegadas e salienta a importância de bem dizer as palavras e respeitar a pontuação.
    Quanto à forma de cantar, Marceneiro atesta que "cada qual canta à sua maneira" e nisso é que está "a evidência" do fadista.
    Alfredo Marceneiro revela também as suas raízes musicais, o avô materno, fadista e tocador no Cadaval (Concelho do Distrito de Lisboa) e o pai "tocador de trombone ou contrabaixo".
    O DVD é acompanhado de um mini-livro onde se referencia a biografia de Alfredo Marceneiro, os estilos que criou, as diferentes edições de discográficas, com destaque para o LP "The fabulous Marceneiro", e sintetiza-se o historial das "três gerações dedo fado" que aliás intitula o DVD.
    Outros temas que Alfredo Marceneiro interpreta neste DVD são "Eterno bailado" e "Antes que queira não posso", ambos de H. Rêgo e A. Marceneiro, "O Marceneiro" de Armando Neves e Casimiro de Brito, "A minha freguesia" também de Armando Neves e Marceneiro e, de Silva Tavares e Marceneiro, os fados "A casa da Mariquinhas" e "Fado balada".
  In: Lusa por  Nuno Lopes

        


                   

 

Os "Quatro Marceneiros" pela primeira vez juntos

no CD "Geração Marceneiro"

 

Produtora: Ovação

Produção: Vítor Duarte Marceneiro

Textos: Vítor Duarte Marceneiro

Capa: Vítor Duarte Marceneiro e Pedro Matias

Maquetização: Pedro Matias

 

 

Lisboa, 22 Julho (Lusa) - O CD "Geração Marceneiro", a editar esta semana, reúne pela primeira vez os "quatro Marceneiros", o patriarca Alfredo, os seus dois filhos e o neto, recuperando para o digital alguns inéditos.
Além de Alfredo Marceneiro, o álbum, editado pela Ovação, inclui os seus dois filhos - Alfredo e Carlos - e o neto, Vítor Duarte, "sendo a primeira vez que surgem numa edição discográfica todos os quatro Marceneiros", disse à Lusa fonte da editora discográfica.
"Preenche-se assim uma lacuna ao incluir os dois irmãos - Carlos Duarte e Alfredo Duarte Júnior - pois quando pela primeira vez o conceito geracional tomou forma de disco, em 1973, já Carlos Duarte tinha falecido", esclareceu a mesma fonte.
Carlos Duarte cantou em várias casas de fado de Lisboa mas preferiu sempre manter o estatuto de amador, tendo falecido em 1966.
De Carlos Duarte são recuperados para CD "Vestido azul" (Henrique Rêgo/Alfredo Marceneiro) e "A casa da Mariquinhas" (Silva Tavares/A. Marceneiro) "gravados por alturas de 1964", segundo a editora.
Carlos Duarte é acompanhado por Armandinho (filho) à guitarra portuguesa e à viola por José Inácio, sendo o único que canta dois fados dada a escassez de registos disponíveis.
O outro irmão, que ficou conhecido como "fadista bailarino", Alfredo Duarte Júnior, canta "Três gerações" (João Alberto/A. Marceneiro), "Restos da Mouraria" (Carlos Conde/Martinho d'Assunção) e "Fados do meu pai" que é uma súmula de vários fados que foram êxito na voz do patriarca, Alfredo Marceneiro.
Alfredo Duarte Jr. é acompanhado à guitarra por Francisco Carvalhinho, João Alberto e Luís Ribeiro e à viola por Orlando Silva, Amadeu Ramin e José Maria Nóbrega. O fadista faleceu em Lisboa em 1999.
Em 1991 cantou com o seu filho Vítor Duarte Marceneiro na RTP por ocasião do centenário do nascimento de Alfredo Marceneiro, interpretação agora recuperada pela primeira vez para CD.
Trata-se do fado "A Lucinda Camareira" (H. Rêgo/A. Marceneiro), mas o CD regista também o seu dueto com o pai no fado "Ser fadista" (Armando Neves/A. Marceneiro), outro inédito, gravado em 1970, que o CD traz a lume.
Inédita é também a gravação de 1973 de Vítor Duarte Marceneiro com o seu avô interpretando "O Camponês e o Pescador" (H. Rêgo/A. Marceneiro) que abre o CD.
De Alfredo encontramos três registos, nomeadamente "Conceito", um fado assinado pelo próprio e com letra de Carlos Conde, "Foi na velha Mouraria", também de Marceneiro com letra de Fernando Teles, e "Cabelo branco" de uma "dupla" recorrente, Henrique Rêgo e Marceneiro.
Todos estes fados foram gravados em 1980, sendo o fadista acompanhado por Francisco Carvalhinho, Ilídio Santos e António Bessa (guitarra portuguesa) e José Maria Nóbrega, Orlando Silva e Fernando Reis (viola).
Os três registos de Vítor Duarte Marceneiro, 62 anos, resultam da recuperação de actuações suas ao vivo, um ambiente onde, segundo afirmou à Lusa, se sente "melhor".
"Bairros de Lisboa" (C. Conde/A. Marceneiro) foi gravado numa actuação na TVI, "Louco" (H. Rêgo/A. Marceneiro) num programa na RTP e "Fado Balada" (S. Tavares/A. Marceneiro) numa actuação no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
"É tudo herança do meu avô, daí não ter um repertório próprio", disse à Lusa o fadista, que projecta editar "talvez ainda este ano" um álbum seu.
Falecido há 25 anos, a longa carreira de Alfredo Marceneiro abrangeu praticamente todo o século XX, tendo-se distinguido como estilista [forma de variar dentro da mesma linha melódica] e compositor.
Alfredo Marceneiro cantou dos bailes de bairro aos cafés de camareiras e retiros até às casas de fado. Deixou numerosos discos, de que se destaca "The Fabulous Marceneiro", mas escassos registos televisivos.
NL.
Lusa/Fim

 

 

Geração Marceneiro -Três Gerações de Fado

Marceneiro é a expressão de uma longa geração que para o Fado nasceu.

 

Alfredo Marceneiro (1891-1982) nome incontornável do Fado que nos deixou um importante legado artístico e vivencial, perpetua também o seu “apelido” através dos seus descendentes directos que lhe seguem as pisadas e actualizam o estilo. Se cada um dos que com ele aprenderam a amar e a viver o fado, cante de forma diferente, o sentimento e a garra está-lhes na alma! A essência fadista que herdaram do progenitor.

Três gerações na mesma arte é inédito em Portugal e, segundo cremos, em todo o mundo.

A Alfredo Marceneiro mestre na arte de bem dizer e dividir o verso sucedem-lhe os filhos Carlos Duarte e Alfredo Duarte Júnior, e seu neto Vítor Duarte.

 

 

Carlos Duarte (1921-1966), cantou o Fado apenas como amador, situação que fazia questão de acentuar. Era frequentador assíduo dos retiros de fado amador onde era muito considerado, sendo unânime a opinião de todos quantos o escutavam, que era um grande intérprete do Fado.

Infelizmente deixou-nos prematuramente devido a um acidente, mas foi possível conseguir recolher alguns registos da sua forma de cantar. Podemos neste CD ouvir e apreciar o seu tom bem característico, mas carregado de “Marceneiro”.

 

 

Alfredo Duarte Júnior (1924-1999) desde muito jovem, embora contra a vontade do pai, quis seguir a carreira de “cantador de fados”, o que acabou por conseguir a carteira profissional aos 18 anos, teve sempre a preocupação de não renegar as origens, criou um estilo próprio, imprimindo às suas interpretações uma coreografia que o levou a ser apelidado de “fadista bailarino”.

Todavia o seu fado é também todo ele carregado de “Marceneiro”

 

 


 

Vítor Duarte, filho de Alfredo Duarte Júnior, começou a cantar como amador, tal como seu tio, no Galito e no Arreda em Cascais.

Cantou em dueto tanto com o pai e como o avô e com ambos gravou. Vítor Duarte Marceneiro tem editado alguns discos, insistindo sempre na sua condição de amador. Também quando canta não enjeita o estilo que lhe está impresso nos genes, e o seu fado é também carregado de “Marceneiro”.

Sendo o que afirma, parafraseando Camões, “amador de cousa amada” tal o seu empenho e amor à causa fadista que além do canto o levou a abraçar com igual dedicação e empenho, a investigação histórica.

É autor da primeira e única biografia de Marceneiro, “Recordar Alfredo Marceneiro” e ainda da monografia “Alfredo Marceneiro – os Fados que ele cantou”. O seu interesse pelas histórias fadista levou-o a escrever aquela que é, até ao momento, a única biografia de Hermínia Silva.

Na sua área profissional, o audiovisual, produziu em 1979 o programa televisivo para a RTP “Alfredo Marceneiro – 3 Gerações de Fado”, exibido em 14 de Janeiro de 1980.

O futuro nos dirá se nas gerações seguintes se manifestarão também os genes e um outro descendente dê continuidade a esta prática fadista já que o legado Alfredo Rodrigo Duarte, para todos “o Marceneiro”, é perpétuo.

 



 

Álbum de Alfredo Marceneiro revela tema inédito
 
Lisboa, 10 Fev (Lusa) - O álbum "Marceneiro... é só fado" de Alfredo Marceneiro, a editar na próxima semana pela Ovação, além de trazer a lume um inédito seu, apresenta o fadista em discurso directo.
Vítor Duarte, produtor executivo do álbum, explicou à agência Lusa que resgatou este inédito de "um convívio fadista realizado por volta de 1965, em Lisboa".Outra originalidade desta edição é que, antes de interpretar cada fado, Marceneiro fala de si e da sua forma de cantar.O musicólogo Rui Vieira Nery, em declarações à Lusa afirmou que "ouvir tão só e apenas Marceneiro constitui uma lição para todos: ouvintes, tocadores, compositores e intérpretes".No CD, em discurso directo, Alfredo Marceneiro explica "a importância de saber dividir uma oração" ou a atenção que dava às sílabas e a preocupação de as "pronunciar bem" ou como um pregão originava uma melodia fadista.Relativamente a este projecto, Rui Vieira Nery afirmou à Lusa que "Marceneiro nunca quis dar lições de fado, quando explicava era num determinado contexto e ambiente, deste modo as frases gravadas surgem descontextualizadas".As gravações agora reunidas num CD datam de 1972, segundo Vítor Duarte, e foram feitas para a etiqueta Estúdio, cujo espólio foi adquirido pela Ovação.Segundo informação do produtor executivo, em nove dos dez fados registados Alfredo Marceneiro é acompanhado à guitarra portuguesa por António Chaínho e à viola por José Maria Nóbrega.Relativamente ao tema inédito, segundo a mesma fonte, "não há registos dos acompanhadores mas é de tal forma importante este fado na carreira de Marceneiro e na história fadista que era indispensável trazê-lo à luz do dia no tempo actual".Dos dez fados registados neste álbum, sete melodias são de autoria de Alfredo Marceneiro.Excepções são "Sonho dourado", letra de Fernando Teles cantada no tradicional "fado Mouraria", "Moinho desmantelado" de Henrique Rêgo, cantado na música do "fado corrido" e "Quadras soltas" também de Rêgo com música própria de Francisco Viana (Vianinha).O álbum "Marceneiro é só fado" integra entre outros, "Rainha Santa", "Sinas", "Cabaré" ou "Remorso", todos de autoria de Henrique Rêgo, e dois outros de autoria de Fernando Teles, "Sonho dourado" e "O pagem".Alfredo Marceneiro, uma das figuras referenciais do fado, faleceu em Lisboa, cidade onde nasceu, a 26 de Junho de 1982.

NL. (*)

Lusa/Fim

 

Licença Creative Commons
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