Alfredo Marceneiro o primeiro Fadista a receber a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa
Em 24 de Junho de 1980, em cerimónia no Teatro São Luiz, é-lhe entregue a Medalha de Ouro de Mérito da Cidade de Lisboa, pelas mãos do então Presidente da Câmara Municipal de Lisboa o Engº. Krus Abecassis. Esta justa homenagem olisiponense, foi-lhe concedida com o voto unânime de toda a Assembleia Municipal. Nesta cerimónia compareceram muitos artistas e amigos, que quiseram associar-se a esta justa homenagem que lhe era feita, Amália Rodrigues, Hermínia Silva, Lucília do Carmo, Argentina Santos, Márcia Condessa, Maria de Lourdes Machado etc...
Alfredo Marceneiro ainda cantou em dueto com seu filho Alfredo Duarte Júnior e seu neto Vitor Duarte. A apresentação deste espectáculo esteve a cargo da saudosa locutora Maria Leonor.
O Engº. Kruz Abecasis usou da palavra, depois de enaltecer a sua obra definiu:
"Marceneiro é Lisboa! É a expressão mais autêntica do povo da cidade, a transmitir como ele sabe, a emoção dos versos... "ALFREDO MARCENEIRO TODA A VIDA PARA CANTAR O FADO ATÉ À MORTE"
O jornalista Fernando Peres, escreveu:
" — Marceneiro — exemplo do fado autêntico. Sim, é uma verdade indesmentível: os ídolos do Fado são os ídolos do povo. E Alfredo Marceneiro, o «maior» do Fado tem em si qualquer coisa de indefinível, de boémia atrevida e palpitante a confundir-se com uma ingenuidade quase infantil. Igual a si próprio: rezingão e pitoresco, com a sua madeixa preta, a testa enrugada mantendo ao pescoço o lenço de seda com um nó mal-humorado. Canta como ninguém: com uma voz saturada de sensibilidade, uma voz popular e instinta intérprete como nenhuma outra, da pobreza feliz da cidade e a poesia do seu povo. No Fado soube sempre poetizar Lisboa. E, por isso talvez, já não pertence apenas ao Fado e aos que o admiram — é património de Lisboa. A cidade vai perdendo as suas figuras típicas. Mas ainda tem em Alfredo Marceneiro um exemplo do Fado autêntico, nascido não se sabe onde mas que vivia na sua alma.
Amália Rodrigues afirmou:
"ALFREDO: Tu és o Fado!..." A Hermínia Silva disse: " Se não fosse Hermínia Silva gostava de ser Alfredo Marceneiro”