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Alfredo Marceneiro "O Patriarca do Fado"

Alfredo Marceneiro - Tradição Fadista

Vítor Marceneiro, 27.05.13

O meu amigo e associado da associação, o poeta Joaquim Nogueira Marques, mandou-me estes versos para eu cantar. São estes "carinhos" que nos alegram a "Alma"

 

No Fado Cravo – Escrito para Vitor Duarte Marceneiro

 

Meu nome,  sina cumprida

  

Eu trago uma voz antiga

que me prende , é amiga

uma voz funda ,tamanha.

Uma voz que vem do tempo

eterna em cada momento

e  que sempre me acompanha

 

 

O meu  canto que é tão fundo

antes de mim veio ao mundo

outros  destinos  cumpriu.

Canto de alegria e luto

canto de amor onde escuto

a saudade que o vestiu

 

Minha vida foi-me dada 

e porque é  abençoada 

faço o que me pede Deus 

Minha  vida, ò meu destino 

D´ outros homens , d´eu menino 

em dias que hoje são meus 


O meu nome , o meu sangue

onde vá por onde ande

meu  nome antepassado

é canto é voz e é vida

meu nome sina cumprida

é Marceneiro . Ele é Fado

 

Joaquim Nogueira Marques


 

Da minha amiga, a poetisa Maria José Praça, recebi estes versos, que muito agradeço. 

 

 

No sangue que Deus me deu
Há pós de fado enrolados
Que cantam pregões ao vento
Desta Lisboa dos fados
 
Dos fados que vão correntes
Em vozes d'inibriar
À lareira das guitarras
Em ondas soltas de mar
 
A tradição rezou jura
De pai p´ra filho , p'ra neto
Marceneiro , é fado-d'alma
Asa d'um fado que freme...  

 

 

Para o Vítor com um beijinho - Maria José Praça

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.

Alfredo Marceneiro - As suas músicas FADOS CLÁSSICOS

Vítor Marceneiro, 20.05.13

Alfredo Marceneiro fala dos seus estilos e dos pregões



Alfredo Marceneiro, apesar da fama que já ganhara e da aceitação que tinha como fadista, continuou a trabalhar no seu ofício. Os fados cantava-os por amor à arte, embora nessa época já existissem cantadores que ganhavam dinheiro como "negaças" nos Cafés de Camareiras e nos retiros. "Negaças" eram cantadores de menor nomeada, contratados especialmente para atrair, em despique, outros fadistas de maior fama.

E este era um acicate a que Alfredo não renúncia!

Os locais mais frequentados eram o Caliça das Pedralvas, o Bacalhau, ambos eles ali para os lados de Benfica, e ainda o Perna de Pau na Charneca, o Retiro da Severa (Luna Parque), Terraço da Cervejaria Jansen, Ferro de Engomar, Café Luso na Avenida, Castelo dos Mouros no Parque Mayer, Salão Artístico de Fados, Júlio das Farturas, Olímpia Clube, Boémia na Travessa da Palha, Solar da Alegria, José dos Patacos, etc.

Certo dia no "Cachamorra", Alfredo Marceneiro acompanhado pelo poeta Henrique Rego, de quem entretanto se tornara amigo e que tinha passado a ser o seu poeta preferido, foi desafiado por um grande fadista dessa época, Manuel Maria, para cantarem ao desafio ao som do Fado Corrido, tocado em «marcha». Alfredo aceitou e Manuel Maria cantou primeiro dando um estilo que passou a chamar-se de "Marcha do Manuel Maria" (nos fados clássicos o fadista escolhe o tom, para melhor poder improvisar o seu estilo). Enchendo-se de brios, Alfredo pediu que o acompanhassem no mesmo tom e improvisou de tal maneira que criou, também ele, um novo estilo. Nasceu então uma das suas mais lindas músicas: "MARCHA DE ALFREDO MARCENEIRO".

Deste desafio resultou ainda mais fama para Alfredo Marceneiro, que sempre cantou cultivando um estilo próprio, estilo esse que teve sempre reminiscências de «bailarico». Aliás, nas opiniões do guitarrista Casimiro Ramos e do grande fadista Filipe Pinto, todas as obras musicais do Alfredo têm um sotaque de «bailarico».

Foi com Casimiro Ramos, seu acompanhante á guitarra no Clube Olímpia, que Alfredo Marceneiro cantou um fado com versos de Carlos Conde, criando mais um estilo inédito. Nasceu mais uma das suas sensacionais músicas — "Fado Bailarico".

Outros estilos surgiram, o Fado CUF, o Fado Balada, o Fado Louco, o Fado Versículo Pierrot (improviso no fado menor), os Fados Alexandrinos, Lembro-me de Ti, Bêbado Pintor e o Laranjeira, o Fado Mocita dos Caracóis, o Fado Cravo, o Fado Pajem, o Fado Bailado, o Fado Cabaré. Aliás, Alfredo Marceneiro fazia questão de frisar: "— Nunca canto o mesmo fado da mesma maneira pois, em cada interpretação consoante o tom escolhido improviso e crio um estilo novo". Foi esta particularidade que, decerto, lhe granjeou a sua grande fama que ainda hoje perdura de «o maior estilista».

Como se pode verificar quase todas as suas músicas, Alfredo Marceneiro dá-lhes o mesmo título da letra que ele cantou pela primeira vez. Foi o "criador", como se dizia na época, isto porque havia o brio de cada fadista ter o seu repertório privativo.

Alfredo Marceneiro, teve o 1/326 como seu número de inscrição na SOCIEDADE DE ESCRITORES E AUTORES TEATRAIS PORTUGUESES, como sócio administrado. Eis algunspoemas  que cantou e para tal  "criou estilos" ou seja as suas músicas.

ALFREDO MARCENEIRO FOI  O MAIOR ÍCONE DO FADO, FOI O MAIOR ESTILISTA DE TODOS OS TEMPOS, E AINDA É HOJE  SEM MARGEM DE DÚVIDAS, CONSIDERADO  O MAIOR CRIADOR  DE MÚSICAS DOS FADOS CLÁSSICOS EXISTENTES.

 

FADOS REGISTADOS

Fado Aida

Fado Alexandrino Eu lembro-me de ti

Fado Alexandrino Bêbado Pintor

Fado Bailado (conhecido também como Estranha Forma de Vida)

Fado Olhos Fatais

Fado Bailarico

Fado Balada

Fado Cabaré

Fado Cravo (conhecido também como Fado Viela)

Fado Cuf

Fado Laranjeira

Fado Louco

Fado Marcha do Marceneiro

Fado Maria Marques (ou Vestido Azul)

Fado Mocita dos Caracóis

Fado Odéon

Fado Pagem

Fado Versículo Pierrot (conhecido também como Fado Menor em Versículo, ou somente Fado Versículo)

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Alfredo Marceneiro - Os primeiros passos no Fado

Vítor Marceneiro, 17.05.13

 

A primeira vez que Alfredo vai ouvir cantar o fado, em recinto adequado, foi na Rua do Poço dos Negros, no Beco dos Carrascos, onde actuavam conhecidos fadistas de então que, por serem gente de trabalho, cantavam por amor à arte. Os acompanhamentos musicais nessa época eram feitos ao piano, com bandolim, ou com guitarras.

Mas foi no «14» do Largo do Rato, antiga casa de jogo e que o dono transformou em «cabaret» quando os jogos de azar foram proibidos, que o jovem Alfredo começou a ser mais conhecido no meio fadista, sendo frequentemente convidado a cantar alguns «fadinhos», cujos versos ele mesmo improvisava. Outros versos que também cantava, letras de qualidade literária e poética muito fracas, eram adquiridos nos quiosques pelo preço de um vintém.

Aqui travou conhecimento com alguns dos poetas populares e grandes fadistas de nomeada daquela época, nomeadamente, o Britinho, estucador, o Soares, do Intendente, o Júlio Proença, estofador, o João Mulato, o Chico Viana, o Jorge, caldeireiro, o Fernando Teles e tantos outros, todos peritos de Fado, que não tardaram em ver no jovem Alfredo um verdadeiro fadista. Como manifestação desse reconhecimento começaram a dar-lhe algumas das suas criações poéticas para que ele as cantasse.

O fado era uma canção de revolta e/ou de amor. Era a história do operário que ficava sem uma perna, sem um braço, ou que era despedido e ficava na miséria, era a história da rapariga que vinha do campo e se perdia nas vielas, era a história do órfão abandonado. Era também a história do amor inflamado pela esperança ou pela desilusão.

É certo que havia letras de fados bastante «lamechas», mas Alfredo tinha a intuição natural de saber escolher de entre os melhores poemas que os poetas da altura escreviam, utilizando sempre o seu dom de bem-dizer e de correctamente dividir as orações gramaticais, o que decerto contribuiu, a par com o seu estilo musical, para a sua enorme popularidade.

As deambulações pelos retiros de Fado continuam e certo dia foi convidado para uma «patuscada» no Carioca da Trindade, mais conhecido por "Coimbra", situado no Largo da Abegoaria, hoje Largo Rafael Bordalo Pinheiro. Alfredo cantou e foi aplaudido com bastante entusiasmo, tendo havido alguém que, quando ele cantou o "Fado Dois Tons", com invulgar sentimento, não resistiu a ir abraçá-lo e, com os olhos rasos de lágrimas, apresentando-se, disse:

— Você não me conhece, mas de hoje em diante faço questão de ser seu amigo, pois comoveu-me profundamente ouvi-lo cantar. Chamo-me Manuel Rêgo, sou poeta, escrevo letras para fado e terei muito gosto em dar-lhe alguns dos meus poemas.

Assim começou uma amizade que durou anos, tendo Manuel Rêgo escrito para Alfredo Duarte alguns poemas para o seu repertório.

Quando Manuel Rêgo adoeceu, logo Alfredo, com outros elementos, lhe organizou uma festa de solidariedade, como homenagem ao poeta e amigo.

E num dia, que nunca mais esqueceu, disseram-lhe que o seu amigo Manuel Rêgo tinha falecido, vítima de uma «galopante». Sucumbido com a notícia, que lhe parecia inacreditável, Alfredo ficou de tal forma sentido que durante dois dias não saiu de casa.

Quando voltou à oficina, decidiu fazer uma cruz em madeira e foi ao cemitério colocá-la na campa onde jazia o amigo. Era uma homenagem singela, mas não a última pois continuou pela vida fora homenageando-o ao cantar os seus versos e, acima de tudo, mantendo-o bem vivo na sua memória, tal como vezes sem conta o referiu.

Eis o exemplo de um de fado, considerado patriótico, mas do género do que se escrevia após a primeira Grande Guerra Mundial.

 

" ASSOMO DA RAÇA "

 

Enquanto o Mundo, cobarde,

Precipita com rancor

Numa trágica odisseia,

Na escola, ao cair da tarde

O velhinho professor

Fala aos rapazes da aldeia!

 

«Sabeis vós o que é a guerra,

«Essa hecatombe terrível

«De que fala todo o Mundo?

«É ver os homens, na terra,

«Em luta medonha, horrível,

«Num ódio torvo e profundo!

 

«Vai-se p´ra a guerra contente,

«Patriotismo exaltado

«Na fé baixa da vingança!

«Mas, regressa-se descrente,

«Cego, doido ou mutilado,

«Velho, até, se foi criança...

«Contra a guerra e contra tudo

«O que no mundo a consente!

 

Brada o professor por fim; 

 

5

 


    Mas o CHICO miúdo,

   Uns quatro palmos de gente

   Levantou-se e disse assim:

 

«Seja a Guerra obra do mal,

«Duro flagelo, não nego,

«Diga-se o que se disser...

«Se alguém quiser Portugal

«Fique mutilado ou cego

«Eu tenho de defender!

 

 

E o gesto desse rapaz,

Que oito séculos de História

Obrigavam a falar,

Mostrou bem do que é capaz

O Povo de maior Glória,

LIVRE NA TERRA E NO MAR

 

© Vítor Duarte Marceneiro in “Recordar Alfredo Marceneiro”

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Victor Viegas Costa - Homenageia Alfredo Marceneiro

Vítor Marceneiro, 15.05.13

O nosso associadao Victor Viegas Costa, no dia do seu 75º aniversário quis dar aà sua prole, filhas, netos e genros uma sessão de fados para que sentissem, como ele sente,  O FADO e a figura de ALFREDO MARCENEIRO.

O Video diz tudo, Viva o Fado, Viva Marceneiro e Viva o Victor Costa e todos os amantes do Fado.


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A Casa e o Leilão da Mariquinhas

Vítor Marceneiro, 15.05.13

 

 

A CASA DA MARIQUINHAS

Foram muitos os temas que Alfredo Marceneiro cantou, mas, de entre todos eles, houve um que teve  grande êxito com versos  da autoria do grande jornalista e poeta Silva Tavares e que foi, aliás, considerado o "ex-libris" das suas criações, " A Casa da Mariquinhas".
 Todos os que o escutavam, eram unânimes em afirmar que os versos que Silva Tavares escreveu, quando cantados pelo Alfredo, "viam imagens reais". Marceneiro, numa ideia genial, decide  demonstrar a todos que, também no seu ofício, é um mestre e na escala de 1/10 constroi em madeira a Casa da Mariquinhas, recriando todos os pormenores que são descritos nos versos do fado.


Alfredo Marceneiro canta

A Casa da Mariquinhas



 "CASA DA MARIQUINHAS"

 

                                         É numa rua bizarra 
                                         A casa da Mariquinhas
                                         Tem na sala uma guitarra
                                         Janelas com tabuínhas.

 

Vive com muitas amigas
Aquela de quem vos falo
E não há maior regalo
De vida de raparigas
É doida pelas cantigas
Como no campo a cigarra
Se canta o fado á guitarra
De comovida até chora
A casa alegre onde mora
É numa rua bizarra

 

                                                 Para se tornar notada
                                                 Usa coisas esquisitas
                                                 Muitas rendas, muitas fitas
                                                 Lenços de cor variada
                                                 Pretendida e desejada
                                                 Altiva como as rainhas
                                                 Ri das muitas, coitadinhas
                                                 Que a censuram rudemente
                                                 Por verem cheia de gente
                                                 A casa da Mariquinhas

 

É de aparência singela
Mas muito mal mobilada
No fundo não vale nada
O tudo da casa dela
No vão de cada janela
Sobre coluna, uma jarra
Colchas de chita com barra
Quadros de gosto magano
Em vez de ter um piano
Tem na sala uma guitarra

 

                                                  Para guardar o parco espólio
                                                  Um cofre forte comprou
                                                  E como o gás acabou
                                                  Ilumina-se a petróleo
                                                  Limpa as mobílias com óleo
                                                  De amêndoa doce e mesquinhas
                                                  Passam defronte as vizinhas
                                                  Para ver oque lá se passa
                                                  Mas ela tem por pirraça
                                                 Janelas com Tabuinhas

 

O tema  " A Casa da Mariquinhas ", teve tal êxito, que levou  outros poetas a se basearem nele, Linhares Barbosa, Carlos Conde e Dr. Lopes Victor,  compondo outras versões igualmente cantadas por Marceneiro:

O poeta João Linhares Barbosa, escreveu:


Vítor Duarte Marceneiro canta

O Leilão da Mariquinhas



O LEILÃO DA MARIQUINHAS

 

                                        Ninguém sabe dizer nada
                                        Da famosa Mariquinhas
                                        A casa foi leiloada
                                        Venderam-lhe as tabuinhas

 

Ainda fresca e com gagé
Encontrei na Mouraria
A antiga Rosa Maria
E o Chico do Cachené
Fui-lhes falar, já se vê
E perguntei-lhes, de entrada
P´la Mariquinhas coitada?
Respondeu-me o Chico: e vê-la
Tenho querido saber dela
Ninguém sabe dizer nada.

 

                                                  E as outras suas amigas?
                                                  A Clotilde, a Júlia, a Alda
                                                  A Inês, a Berta e a Mafalda?
                                                  E as outras mais raparigas?
                                                  Aprendiam-lhe as cantigas
                                                  As mais ternas, coitadinhas
                                                  Formosas como andorinhas
                                                  Olhos e peitos em brasa
                                                  Que pena tenho da casa
                                                  Da formosa Mariquinhas.


Então o Chico apertado
Com perguntas, explicou-se
A vizinhança zangou-se
Fez um abaixo assinado,
Diziam que havia fado
Ali até de Madrugada
E a pobre foi intimada,
A sair, foi posta fora
E por more de uma penhora
A casa foi leiloada.

 

                                                 O Chico foi ao leilão
                                                 E arrematou a guitarra
                                                 O espelho a colcha com barra
                                                 O cofre forte e o fogão,
                                                 Como não houve gambão
                                                 Porque eram coisas mesquinhas
                                                 Trouxe um par de chinelinhas
                                                 O alvará e as bambinelas
                                                 E até das próprias janelas
                                                 Venderam-lhe as tabuinhas.

 

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ALFREDO MARCENEIRO - As Cegadas

Vítor Marceneiro, 13.05.13

As cegadas eram a maior diversão popular da época e até meados de 1926 constituíram a febre máxima da gente humilde

Em 1908, com dezassete anos, consegue almejar o seu grande sonho: sair numa cegada.

O papel que lhe é dado não é de grande destaque, pois os principais personagens são entregues aos mais experientes.

Como nas cegadas não era permitido a actuação de mulheres, este seu primeiro papel é de "travesti". Esta cegada foi adaptada de um filme mudo com o título " O Duque de Guise", pelo poeta popular Henrique Lajeosa, fazendo Alfredo o papel de amante do Duque. 

Noutras cegadas entrou, mas a que mais o celebrizou, na época foi da autoria do grande poeta popular Henrique Rêgo, intitulada "Luz e Sapiência", que tinha como conceito poético um despique entre dois personagens: um Toureiro e um poeta — dois tipos diferentes de arte —, em que o poeta compara o matador de touros a um simples magarefe. No papel do poeta, Alfredo atingiu grande êxito, emocionando todos quantos o ouviram. É de realçar que, até ao fim dos seus dias, Alfredo Duarte     ainda era capaz de recitar, não só todo o seu papel nesta cegada, como o dos outros intervenientes.

Alfredo teve sempre o gosto pela arte de representar e gostaria de ter sido actor profissional, mas a vida reservou-lhe outro destino. No entanto, ainda chegou a pisar um palco de teatro, só que ligado ao Fado, através da sua participação na opereta "História do Fado", que teve lugar no Coliseu dos Recreios, contracenando com Beatriz Costa e Vasco Santana.

 

© Vítor Duarte Marceneiro in “Recordar Alfredo Marceneiro”

 

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DIA DA MÃE

Vítor Marceneiro, 05.05.13

 

 

O 1º Domingo do mês de Maio, foi convencionada ser o dia da mãe.

Em tempos de crise, como os que estamos a passar, mais difícil é para muitas mães, mas também para os pais, mas temos que torcer para que tudo se venha a recompor.


Saudamos as mães e mulheres de todo o mundo

 

Alfredo Marceneiro canta com música de sua autoria

e versos de Henrique Rego

AMOR DE MÃE

 

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